Livro it a coisa

Hoje vou falar sobre o livro IT “a coisa” do Stephen King, ou IT, essa edição é uma edição bem antiguinha.

O esquema é que ele tem muitos flashbacks, eu precisei me acostumar com isso, de eu conhecer um personagem, por exemplo, conheci o Bill e aí quando a gente conhece o Bill, a gente vê o que aconteceu com ele tantos anos atrás.

Eu vou começar, enfim, eu vou começar direito. A história da “coisa”, do “it”, do “´pennywise”, do “palhaço assassino” do Stephen King é que em 1958, um grupo de amigos se uniu pra lutar contra o mal que estava rondando a cidade.

Tudo aconteceu quando o irmão do Bill, o George, foi brincar com um barquinho na rua, na chuva, e aí ele foi assassinado de forma brutal: o braço dele foi arrancado nesse processo.

Então assim, isso já criou um trauma enorme na vida do Bill e outros assassinatos de crianças foram acontecendo na cidade e esses assassinatos envolviam muita violência, mas não só de crianças né, depois eles foram vendo que ao longo dos anos, Derry – a cidade que eles moravam -de tempos em tempos, tinha alguma coisa muito má acontecendo nesse meio.

Nesse livro a gente já conhece de cara que o assassino é um palhaço, mas a gente ainda não sabe direito como ele
age, porque afinal ele estava dentro do bueiro quando ele pegou o George, além de outras crianças também. Ele sempre atrai as crianças com um balão dizendo que “all they float”, dizendo que “todos flutuam” e que as crianças podem flutuar com ele também.

Esses 7 amigos se juntaram e… esses 7 amigos não são os maiorais da escola nem nada, são, aliás, é o clube dos perdedores,cada um tem um problema diferente na vida. A Beverly ou Bev é uma menina mais pobre ,assim, da escola e o Eddie tem uma mãe super ultra mega protetora que faz com que até que ele ache que tenha asma. Cada um tem uma característica diferente,né, o Bill foi praticamente abandonado pelos pais depois que o George morreu – o irmão
mais novo dele- os pais mal se conversam e mal conversam com ele.

Então em 1958, vamos chegar a este ponto, eles fizeram algo de que eles não se lembram muito bem, mas que eles expulsaram algo muito mal da cidade e fizeram a promessa de voltar, caso aquilo acontecesse de novo.

A gente tá 27 anos depois de 58, o Mike, que foi o único que ficou na cidade, que permaneceu na cidade, tá ligando um por um pra avisar que a coisa voltou e que eles vão ter que se virar pra cuidar dessa história. Eles não se lembram muito bem e aqui a gente tem aquela coisa que tem até em Mary Poppins, que tem em Peter Pan, que tem no “viajantes
do infinito”, naquele livro infanto juvenil que eu li, que as crianças imaginam muitas coisas e que às vezes o que elas imaginam se materializam, que só as crianças têm esse dom, que depois que a pessoa fica adulta ela esquece
como faz isso, e no caso de Mary Poppins, pára de conseguir falar com os animais e com o sol e com tudo o que seja vivo nessa vida… enfim.

Então a gente tá 27 anos depois e o Mike ligando 1 por 1, a gente é apresentado pra cada um que recebe a ligação e todos são bem sucedidos e ricos e sem preocupações, praticamente sem preocupações na vida e aí recebem esse telefonema do Mike e eles, no começo, nem se lembram de quem é essa pessoa, quem é esse Mike que tá ligando, mas aos pouquinhos eles vão se lembrando e aí a coisa vai tomando forma e eles param tudo o que eles estão fazendo pra ir pra Derry porque eles fizeram uma promessa e essa promessa foi lutar contra o que mesmo?

Então eles não se lembram, eles vão se lembrando bem aos poucos e a cada apresentação do personagem, o Stephen King vai contando qual a situação que passou aquele personagem 27 anos atrás, é  muito louco assim, porque isso que fez
com que eu demorasse eu acho, pra ler esse livro, porque são muitos flashbacks.

A gente conhece, é como se chegasse assim “oi, eu sou a Lia” nesse “eu sou a Lia” já parou a história, já voltou lá 27 anos
atrás e tá contando o que aconteceu com a Lia criança. Aí chega lá “eu sou o Ben”, 27 anos atrás a gente volta a história do Ben, vê o que aconteceu com ele, nessa apresentação eu achei que todos fossem bem perturbados, porque é como se os flashes acontecessem assim, na cabeça deles e eles sabem, ficassem muito loucos? Então nesse começo eu achei assim, bem devagar pra ler e isso assim, pra mim né?

Que eu vi muita gente que tentou ler pela primeira vez e conseguiu, demorei 15 anos pra ler esse livro tem noção? E ainda dei uma enrolada pra terminar ele né.

Claro que assim, chegou do meio pro fim eu já tinha acostumado e comecei a gostar muito e aí eu percebi que cara, não importa o final, igual a “dança da morte”, não importa o final, o que importa é todo esse trajeto que eles fizeram até chegar lá, pelo menos é o que eu sinto aqui na “a coisa”.

Eu sempre lembro que o final do filme “a coisa” era bem ridículo, mas aí aqui ele é um ridículo complexo, ridículo não, não é ridículo porque não é tipo filme trash, eu não sei explicar direito, mas o final assim, ok, não foi tão ruim quanto o filme, mas tem uns elementos aqui que realmente as pessoas aqui “nossa, que esquisitão, hein?” Esse é um livro que vai chegando no final ele vai chocando mais ainda a pessoa, sabe? Pra mim eu fiquei meio assim, pq no filme não tem dessas coisas e  é meio que “pra que fazer isso?”, sabe aquela parte da Beverly??? Então, pra que fazer isso? Poderia muito bem ter passado sem essa, essa é uma das coisas que eu teria tirado desse livro.

Muita gente fala “ah, eu não tiraria nada porque é um livro muito completo e que cada coisa…” não exagera também, a gente sabe que o Stephen King é bem prolixo, tem muitas coisas que a gente podia tirar, a gente não tira porque a gente gosta, mas eu tiraria a parte da Beverly do final pq realmente não tem muito… pfff… qual o sentido? Sabe? E assim, o que isso mudou na história? Era só pra chocar a pessoa mesmo né? Muitas referências aqui,  a gente vai conhecer um pouquinho do
que o Dick Halloran passou, lembra do Dick Halloran? O cozinheiro do “iluminado”? Que ajuda o filho do… esqueci o nome do cara, o cara que ajudou o iluminado, Dick Halloran tá aqui, a gente conheceu uma das histórias dele, tem um lance da tartaruga que lembra muito a torre negra, se eu não me engano, o “it” tá entre o primeiro e o segundo livro da série “a torre negra”, tem uma, um tipo de transe que aí lembra muito todash também, que foi usado na torre negra do stephen king também, tem umas referências de carro, xingamento, quando… é o mesmo xingamento que o Henry Bowers, se eu não me engano, que é o cara que faz bulling com todos os meninos, ele xinga um dos meninos aqui é o “cara de cona”, né?

Que xingava lá em Christine, então, também… tem várias coisinhas assim que são características do Stephen King dos livros anteriores que eu achei bem legal reconhecer. e aí… no final também, ele faz bastante isso, de… como tem no “silêncio dos inocentes”, né… a história em paralelo. Ele conta o que aconteceu 27 anos atrás e o que aconteceu agora. Até o final do livro mesmo, até a última parte a gente vai ficar como os meninos, como se tivesse sem memória porque a gente vai descobrindo aos poucos à media que eles vão se lembrando do que aconteceu. O que eu posso falar aqui é que o Pennywise, que é esse palhaço que aparece na maioria das vezes como palhaço, é um bicho ancestral e que ele aparece na forma que as pessoas tem medo.

Então tem uma parte aqui que o Richie assistiu a um filme de lobisomem e aí ficou com medo do lobisomem e na sequência o palhaço, o IT apareceu como lobisomem, não como palhaço, então é muito legal isso também, do lance do medo assumir formas, sabe? Pra cada pessoa, isso é muito louco aqui, a cada vez que eles se lembram de alguma coisa é uma história diferente, então o Stephen King ganha muito com isso, como sempre, explicando o personagem, desenvolvendo personagens de uma forma maravilhosa.

A gente tem o valentão aqui, tem um cara que é pior que o valentão, que é um cara que até assustou ele, vai ter a volta desse valentão, a gente vai ter uns dois personagens que vão estar aí no futuro, marido/mulher, dos personagens que voltam pra Derry, e aí vamos voltar ao que eu estava falando, porque  no final a gente tem a história em paralelo do que aconteceu e do que está acontecendo, então é muito louco porque eles vão praticamente fazer a mesma coisa que fizeram 27 anos atrás só que com algumas coisinhas diferentes pq afinal eles estão adultos e eles não estão enxergando ainda.

É muito  louco esse confronto de adulto com criança e de não fugir dos compromissos e de manter a amizade e tal, e aí que o final não agrada muitas pessoas, eu achei que foi bem coerente com o que o Stephen King fez o livro inteiro, já que ele lida muito com essa questão de memória, então é isso, eu não achei o final muito ruim, é menos pior do que o final do filme, que é ridículo totalmente.

É óbvio que um filme dificilmente vai conseguir traduzir esse livro pq ele tem muitas coisas que acontecem na cabeça da pessoa e muitas coisas que as pessoas imaginam e que é um estado de espírito, sabe? Como todash da torre negra.

Então por isso que fica difícil transformar isso num filme, mas… como filme de terror sanguinário ficou muito legal, eu gostei muito do filme IT por causa das cenas de sangue, tanto que assim, aqui no livro, à medida que eles vão recuperando a memória, o Stephen King vai contando as histórias mais cabeludas.

As piores histórias, com mais sangue, tripas e coisas podres e tal… entendeu? Então acho que por isso que muita gente gosta desse livro, mas ainda pra mim, o meu preferido é “a dança da morte”, por mais que eu goste de muito sangue e muitas
coisas bizarras, eu ainda gostei mais da dança da morte do que it, porque eu gosto mais das
relações entre as pessoas, mas eu gostei, óbvio, é um dos melhores livros do Stephen King agora, na minha vida.

É como se fosse uma junção de várias histórias de terror e aí, é claro, que ele deu toda a história da cidade de Derry de ser uma cidadezinha que tem essa coisa, né, então.. enfim, não vou falar muito senão vai rolar um spoiler.

Só umas coisinhas que eu queria falar quanto à tradução, eu li parte do livro aqui no livro físico e parte do livro da edição nova agora da capa branca e algumas coisinhas da tradução são engraçadas, que eu acho que antigamente, não é nem questão de ser coisa de tradutor ou não, pode até ser, mas mesmo assim, acho que é uma característica de tradução, sei lá, dos anos 90, que a galera traduzia tudo.

Por exemplo, aqui é chamado, não “Big Bill”, é de “grande Bill”, nem de “black spot”, é “´ponto negro” chamado aqui, então, quanto à tradução eu achei que muitas coisas assim foram traduzidas ao pé da letra e assim, com palavras difíceis, sabe?

Nessa versão , na versão branquinha da suma de letras, eu achei uma tradução mais coloquial, sabe? Com palavras, talvez por causa da época também, né, mas enfim, 15 anos atrás foi diferente.

Mas sabe, eu achei uma linguagem mais fácil do que a que tá aqui, não que aqui seja difícil, só pq é uma linguagem um pouquinho mais difícil.

Ah, e outra também né, quem sou eu pra falar de tradução,né, mas enfim, reparei e uma coisa que me veio na cabeça assim, que antigamente, nas traduções a galera realmente traduzia tudo que era possível traduzir e que acontece aqui nesse livro e que agora não, agora algumas coisas passam, ou entra ali uma notinha do tradutor e às vezes nem passa mais.

É um livro que eu recomendo, mas que tenha essa noção de quando for ler pra não ficar como eu, não é uma história linear, vai ter muito flashback, então a cada momento vc vai ser interrompido e eu não gosto dessas leituras que a gente é interrompido a todo momento, e foi isso que me incomodou também na hora da estrela, que a todo momento a gente é interrompido pelo Rodrigo SM e é um saco pq a gente não consegue focar na história da menina, mas o Rodrigo SM também faz parte da história e tal… e é isso que eu tive que me ligar aqui também no IT, na coisa, que essas interrupções são propositais e que aliás, te prepara pro final, que as coisas acontecem em paralelo, apesar de que com uma distância de 27 anos.

Ufa! Então foi isso, esse foi o meu livro, do meu projeto “lendo king”, que leio os livros do Stephen King em ordem cronológica, todos os romances e agora vou ler, “os olhos do dragão” “the eyes of the dragon”, só que eu vou intercalar um pouco.

Eu tenho a versão em e-book em português, eu já li esse livro, mas não lembro muita coisa, eu lembro que não tinha nada de muito terror e o que eu lembro é que tem o Flagg, sabe o Flagg? O Homem de Preto, o cara que aparece em quase
todos os livros do Stephen King como a maldade em pessoa? E apareceu ali na dança da morte, apareceu no a torre negra, agora ele está aqui de volta.

Então é isso, tá?

Poderá ver o vídeo no youtube Aqui