Sobre os livros aos quais você sempre voltará

 

Como editor, muitas vezes penso no que considero o livro perfeito. Pode ser o livro que você fica acordado a noite toda lendo (Toni Morrison’s Jazz), o livro sem o qual você não pode imaginar seus processos de pensamento (o livro de George Orwell 1984; Aldous Huxley Admirável mundo novoMargaret Atwood conto da serva), o livro que fez você mudar de ideia sobre um escritor (Jonathan Franzen’s Liberdade), o livro de que você tem vergonha de gostar, porque permite que você rasteje para sua própria infância sombria, e talvez porque você suspeitasse que não era literatura (Pat Conroy’s Príncipe das Marés), ou pelos autores que você leu por si mesmo (CD Wright, Anne Carson e, sempre, Morrison).

Todos nós temos nossas obsessões literárias, mas como editor, estou procurando um livro que tenha certas qualidades mágicas que alguns dos meus livros favoritos compartilham. Estes são livros aos quais eu volto várias vezes. Eu os atribuo a estudantes de pós-graduação.

Quando vou a uma livraria nova, gosto de visitar esses livros, ter certeza de que estão lá na estante, esperando que os leitores os encontrem, esperando voltar para casa com um estranho que em breve será um amigo.

Eu procuro grandes histórias cheias de ideias, escuridão, sonhos, magia – coisas que vão grudar em nós enquanto dormimos, acordamos e nos transformam. Fui mudado para sempre por todos esses livros; Eu nunca vou sonhar o mesmo.

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Paulo Bowles, Céu Abrigado
(Simon e Schuster)

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Gosto de pensar que este é o livro perfeito. Antes de Lauren Groff Destinos e Fúrias, Bowles nos deu este livro sobre um casal: metade focado no marido, metade na esposa, o livro mostra suas viagens à África para resolver suas dificuldades conjugais. O marido vagueia pela África. Ele quer. Ele viaja.

Bowles disse que não pretendia matar seu protagonista na metade do livro – simplesmente aconteceu – mas então ele foi deixado com a esposa; o que fazer com ela? Kit tem agência nesta história, e ela a usa para fazer escolhas vorazes e estranhas. Céu Abrigado é um livro que parece dar voz igual a homens e mulheres.

Ursula K. LeGuin, Mão Esquerda das Trevas
(Casa aleatória)

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Este romance, escrito logo depois que nasci, é aquele que eu volto o tempo todo. Ursula K. LeGuin escreve sobre um mundo sem gênero e uma visitante desse mundo que viaja pelo gelo com Estraven, um de seus habitantes, em uma missão. Lendo o romance de LeGuin, você percebe que gênero só é importante em nosso planeta porque nós o fazemos assim.

Kazuo Ishiguro, O Gigante Enterrado
(Faber e Faber)

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Ishiguro tem meu coração literário. Nesta história, um casal sai em busca de suas memórias perdidas; eles são velhos e querem se lembrar do que perderam. Você sente que vai segui-los em qualquer lugar. O livro ressalta que o que faz a vida com uma pessoa valer a pena são as memórias que vocês criam juntos; traz também os perigos de perder nossa memória coletiva como país. O Gigante Enterrado é a jornada deste casal para encontrar sua alma, lembrando-nos de não perder a nossa.

Yoko Ogawa, Piscina de mergulho
(Picador)

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Ogawa é um gênio, e nessas novelas ela surpreende. Cada uma das mulheres nestas novelas é infeliz e estranha. A primeira mora em um orfanato cristão e quer ficar com um jovem que não a nota muito. Ela atormenta uma criança para se divertir.

Na segunda, a mulher faz geléia de toranja para a irmã grávida que só comerá a geléia e nada mais. No terceiro, uma mulher visita um amputado triplo que está morando sozinho em um dormitório pingando mel. Todas as três mulheres se sentem sozinhas e querem algo do mundo que não estão conseguindo. Suponho que sou atraído pela dor do desejo que percorre essas histórias; cada uma dessas histórias se sente presa nesse desejo, acontecendo fora do tempo.

Otávia Mordomo, Membros
(Dois dias)

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Octavia, aquela vidente gloriosa com seus livros visionários. Essa é uma que eu sempre volto. Situado nos anos 1800 e em Pasadena na década de 1980, a história de Butler segue uma mulher que foi puxada de volta no tempo para uma plantação onde um de seus ancestrais, um menino branco, está em perigo e precisa de sua ajuda. Ela deixa o braço para trás, mas nos dias atuais, sabe que ninguém vai acreditar em sua história. Preso entre os dois períodos de tempo, seu braço representa o controle que a cultura branca ainda tem em sua vida.

A garota mais solitária por Kate Gale

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“The Loneliest Girl in the Universe”, de Lauren James, é uma intrigante mistura de ficção científica e thriller psicológico. A história segue Romy Silvers, a única sobrevivente em uma nave espacial em direção a um novo planeta. Comunicando-se com a Terra apenas por mensagens que demoram anos para serem transmitidas, Romy vive em isolamento total até descobrir que uma nova nave, a “The Eternity”, foi lançada para acompanhá-la.

A bordo está J, o comandante da nave, com quem ela começa uma relação por mensagens. À medida que a “The Eternity” se aproxima, segredos são revelados e Romy percebe que talvez não esteja tão sozinha quanto pensava.

O livro explora temas de solidão, saúde mental e a busca por identidade, tudo ambientado no vasto e assustador vazio do espaço. Lauren James combina elementos de suspense com uma narrativa emocionante e personagens bem desenvolvidos, tornando “The Loneliest Girl in the Universe” uma leitura envolvente e surpreendente.

Este livro é uma escolha excelente para quem procura uma história que é tanto um drama humano quanto uma aventura espacial.

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